Cozinhas tu ou cozinho eu?

Partilhar os dias com o namorado é bem fácil. Das primeiras coisas que lhe disse é que tinha a mania das limpezas e era demasiado chata, se ele estaria disposto a isso. Ele disse que sim, e agora está sempre a dizer-me "não posso dizer que não fui avisado". 

Quando imaginava partilhar a minha vida com alguém, imaginava que esse alguém fosse organizado, que não tivesse problemas em partilhar as lides domésticas comigo e pouco mais, nunca fiz grande floreados acerca desse assunto.

A verdade é que das coisas de casa nunca há problemas, não há regras em casa, tanto eu limpo a  casa sozinha como ele me ajuda, passo eu a ferro ou passa ele, cozinho eu ou cozinha ele, é o que nos der mais jeito, no final o importante é rentabilizar o tempo para estarmos o máximo de tempo juntos e com tempo de qualidade. (As sebes são tarefa exclusiva dele).

Há umas semanas atrás, eu e as amigas fizemos um lanche/seia onde a mais recente casadinha de fresco esteve presente. Claro que todas queríamos saber como estavam a ser os primeiros dias de casada e de habituação a uma vida a dois! Ela queixava-se que no segundo dia na casa de ambos, se chatearam porque ela queria cozinhar mas o marido tinha tido a iniciativa e começado a cozinhar sem lhe dizer nada. Dissemos-lhe para ela não se preocupar com isso, que oportunidades não lhe iriam faltar para que fosse ela a cozinhar, afinal de contas tinha de aproveitar o mimo e a vontade do marido. 

Muitas vezes as rotinas tornam-se difíceis porque não damos espaço à outra pessoa, porque impomos muitas regras ou vontades completamente desnecessárias.(Há casos e casos eu sei!) Para mim não há qualquer problema do namorado começar a cozinhar, ou a fazer seja qual for a tarefa, se ele cozinha eu arrumo a cozinha e tento sempre equilibrar as coisas, mas nunca com regras. 

Talvez seja fácil para mim falar assim, porque tive a sorte de encontrar alguém que pensa tal e qual como eu. Que não tem problemas em ir passar a ferro, que não tem problemas em estender a roupa, em fazer o jantar ou arrumar a casa. Mas também, ambos sabemos que não há abusos, que não somos empregados um do outro, ambos estamos para o mesmo e somos uma equipa onde quem vence somos os dois, por termos a sorte de querermos cuidar um do outro.